quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Malaca

Depois de sensivelmente um mês a viajar pela Indonésia, a viagem aproxima-se vertiginosamente do seu final. Para trás fica um mês muito intenso e repleto de momentos para sempre eternizados na minha memória e que um dia serão por certo recordados com uma saudade imensa.
Foi precisamente no último dia em Bali e a caminho do aeroporto que encontro portugueses nesta viagem, mas ao contrário de mim ainda estão a meio das suas férias. Foi bom voltar a falar a língua de Camões depois de um mês em que certamente melhorei o meu inglês...o que também não era difícil :-).

 
Centro historico de Malaca

É essa mesma língua de Camões que me faz ir até Malaca ao encontro do nosso legado e da nossa história. Outrora importante porto marítimo nas ligações comercias entre a Ásia e a Europa, Malaca esteve sob domínio português entre 1511 e 1641.
Igreja de Sao Francisco Xavier
 
Por si só Malaca merece uma visita, ou não fosse considerada Património Mundial pela UNESCO. Este titulo atesta bem do que a cidade tem para oferecer não só em termos históricos, mas também arquitectónicos e cultural. A fusão de várias culturas ao longo dos séculos tem como resultado a Malaca dos dias de hoje.
Enquanto português o verdadeiro fascínio de Malaca é o facto de a nossa presença, e passados 500 anos, não se resumir 'apenas' a alguns dos principais monumentos da cidade. Tal facto deve-se à comunidade de descendentes portugueses, cerca de 2000, que ali reside e que vai mantendo acesa a chama da nossa cultura, geração após geração. O que aqui acontece é um verdadeiro milagre difícil de explicar, ora notem: os holandeses estiveram aqui depois de nós, uma vez que nos conquistaram Malaca, e durante mais tempo mas no entanto a sua presença esta resumida a monumentos e o mesmo se verifica com os britânicos. O único e verdadeiro contacto que estas gentes tem com Portugal e com a nossa realidade fica resumida aos turistas portugueses. Não tem contornos de milagre?! :-)
 
Nome de rua no bairro portugues

O orgulho e o brilho nos olhos quando falam de Portugal não deixa ninguém indiferente e alimentam o sonho de um dia conhecer Portugal, aquele que os seus antepassados deixaram embutidos num enorme espírito de aventura e conquista.
Como eu já esperava, a comunicação não é de todo fácil e tirando as palavras mais básicas é bastante difícil o diálogo até porque como os próprios reconhecem, o 'seu' português não é mais que um dialecto local. Mas a sua simpatia e vontade em agradar derruba qualquer barreira, mesmo a linguística.
Na actualidade as crianças que frequentam a escola da comunidade de descendentes portugueses, aprendem o português falado e escrito numa tentativa de não deixar morrer a língua de Camões e alguns dos seus costumes por estas paragens.
 
A Famosa - Entrada do antigo forte

Para finalizar este já de si longo post, este é o ultimo que escrevo desta viagem pelo continente asiático, uma vez que amanhã regresso ao nosso pedaço de terra à beira mar plantado.
Aproveito estas últimas linhas para agradecer a todos os que foram seguindo esta minha aventura e suas desventuras através deste blog.
Da minha parte foi com enorme prazer que fui partilhando esta experiência.

NL

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Culturalmente falando: Ubud

Ainda a recuperar da subida ao Gunung Rinjani, chego a Ubud, com imensas expectativas, pois é considerada o centro cultural da ilha de Bali e provavelmente de todo o país.
Enquanto caminho pela Monkey Street - uma das principais ruas de Ubud -, rapidamente percebo que a vila está inundada de turistas e com muito comércio que nada tem a ver com a verdadeira Indonésia.
Ocorreu-me nesse instante que Ubud fosse uma versão cultural de Kuta, para meu desespero!
A viagem ainda nao terminou mas Kuta já tem o titulo do local a evitar na Indonésia!
Faço o check-in no hotel e após descansar uns minutos resolvo dar um novo passeio pela vila agora sem mochilas ás costas e de forma mais descontraida. Não foi amor à primeira vista, mas foi à segunda!

Terracos de Arroz - Ubud
Saindo das principais artérias da vila, facilmente se percebe porque Ubud é considerada o centro cultural de Bali. É uma vila pitoresca repleta de museus, galerias de arte, artistas locais, bibliotecas, espectáculos de rua ao qual a espiritualidade e misticismo tão característico do hinduísmo confere uma áurea especial.
No que à arte diz respeito, apenas em Montmartre - Paris, me lembro de ver uma concentração tão elevada de artistas de rua. Passei horas a deambular pelas ruas de Ubud apenas a apreciar os seus trabalhos!
A cereja no topo do bolo são as tradicionais danças balinesas, mas sobre isso já falarei.
No dia seguinte acordo bem cedo, como sempre, e fotografo o nascer do sol fora da vila. No regresso faço um estimulante passeio pelos terraços de arroz que circundam Ubud - muito bonitos!
Durante o caminho fico á conversa com vários pintores que fui encontrando. Este percurso demora em média uma hora...eu demorei três! Fazem-se aqui autênticas obras de arte! Da vontade de comprar os quadros todos!
Nas ruas de Ubud
O detalhe, as cores e as técnicas utilizadas tem como resultado final obras de um valor inestimável...pelo menos para mim :-).
Á noite assisto finalmente ao meu primeiro espectáculo de danças tradicionais balinesas. Existe um considerável leque de opções e eu optei pela 'Kecak Fire and Transe Dance' e foi maravilhoso. A forma como as bailarinas movem os seus corpos juntamente com as suas expressões e olhares foi algo que me agradou imenso.
Completamente rendido a Ubud e a toda a cultura e espiritualidade balinesa, no dia seguinte nem pensei duas vezes e assisto a um novo espectáculo de dança e desta vez opto pela 'Legong Dance' que foi até ao momento o meu espectáculo de dança preferido. Nao quero ir embora sem ver a nao menos famosa 'Barong Dance'. Quem não conhece estas danças, recomendo vivamente a fazer uma pesquisa pelo youtube.
Ainda por estes dias, todo o mundo hindu em Bali celebrou a lua cheia. Assisti a algumas das celebrações e fiquei deveras impressionado com a quantidade de comida que é oferecida aos deuses. Por falar em comida, se nas ilhas que visitei a comida sempre me agradou imenso, em Bali a gastronomia é fabulosa e apresenta uma variedade de opções que só de olhar nos deixa com água na boca :-). Ate leitao ao estilo da bairrada e possivel aqui encontrar :-).
Legong Dance & Ramayana
Ainda sobre o efeito da lua cheia, visitei o famoso e impressionante Tanah Lot, um templo hindu  localizado no meio do mar...acordei ás cinco da manhã por forma a fotografa-lo ao nascer do sol.
Tanah Lot
Estes dias em Ubud ajudaram a mudar a minha opinião sobre Bali. Ainda que seja o local na Indonésia com maior concentração de turistas, isso só por si não pode servir como desculpa para não visitar esta ilha.
Amanhã sigo para Kuala Lumpur e digo adeus a este pais que simplesmente me encantou e deslumbrou. Uma vez na Malásia sigo directamente para Melaca e conhecer os descendentes da presença portuguesa na Malásia.

NL

sábado, 29 de setembro de 2012

Gunung Rinjani: missão cumprida!

No meu último dia na ilha das Flores e quando me preparo para embarcar para Lombok, tenho uma agradável surpresa: encontro o meu amigo timorense que tinha conhecido uns dias antes em Labuang Bajo, no night market. Para minha surpresa descubro que ele é policia no aeroporto local e estivemos cerca de duas horas á conversa, o tempo de eu embarcar. Vou ter saudades deste miúdo :-(

                                                                                 Eu e o meu amigo timorense 
A minha ida a Lombok tinha um objectivo muito bem definido: subir os cerca de 3726 metros do Gunung Rinjani, o segundo maior vulcão da Indonésia, que tem algo muito peculiar!
O interior da cratera deste vulcão, além de água é possível encontrar um outro vulcão, o Gunung Baru! É o verdadeiro 2 em 1...impressionante :-)))
Uma vez no topo do Rinjani, é possível ver toda a ilha de Lombok, as 3 ilhas Gili e Bali, que dista a cerca de 25 km's de Lombok.


                                                                                           Cascata em Senaru

Esta aventura teria início na pequena aldeia de Senaru, a 600 metros de altitude, e iria demorar 3 dias...só de pensar já me sentia exausto!

Uma vez em Senaru, trato de arranjar hotel...e ups...mais uma aventura: depois de jantar, e no regresso ao hotel a porta não abre. Chamo o gerente, mas as suas tentativas de abrir a porta resultam em insucesso. Eram dez horas da noite quando ele resolve chamar um carpinteiro. Após várias tentativas tambem elas todas infrutiferas, o 'dito' carpinteiro não esteve pelos ajustes e arrancou a fechadura...finalmente podia entrar no meu quarto :-).


                                                                               Ups! Arrancaram a fechadura!
 

Acordo cedo e antes da partida avisto ao longe o topo do Rinjani e fico a sismar: como vou chegar ao topo em apenas 3 dias?!

A resposta veio passado alguns minutos!
No primeiro dia caminhei cerca de 8 horas sempre em ascensão. A noite foi passada num local a cerca de 2641 metros de altitude.
No segundo dia e após o nascer-do-sol, descida até ao lago da cratera do Rinjani, a 1700 metros de altitude, onde pelo caminho se tem uma vista deslumbrante sobre o vulcão mais pequeno, o Gunung Baru. Após o almoço, outras 5 horas novamente em ascensão até aos 3000 metros de altitude.



                                                                                         Gunung Rinjani
 
O terceiro e último dia é o mais difícil de todos: acordo ás duas da manhã, ás seis estou no topo a 3726 metros de altitude, regresso à base onde tinha pernoitado e depois volto a Senaru...dez horas no total a caminhar!
Nesta aventura estiveram sempre comigo a 'minha menina' e o tripé...que pesa uns três kilos!
Nunca mais esquecerei as palavras do meu amigo alemão Tino que no topo e completamente exausto exclama: Fucking Rinjani!

                                                                                Piscina de agua quente - Rinjani

Todas as caminhadas que tinha tido até aos dias de hoje na Serra da Estrela, na Serra do Açor, no Cabo da Roca ou até no Gerês, não são comparáveis a subir ao topo do Rinjani, dada a sua magnitude. Terminada esta aventura, fico com a sensação que a mesma é subestimada, tanto pelo turismo local como por quem a promove no estrangeiro. Durante o percurso cruzei-me com várias pessoas que de forma alguma deveria ser permitido, por motivos de segurança e do bem estar dos próprios, subir ao Rinjani.

Partilhada mais esta aventura é tempo de regressar a Bali, mais concretamente a Ubud.

                                                                                                      Bali

P.S.: Continuo a ter o meu guia Lonely Planet! :-)

Até ao próximo post!
NL

domingo, 23 de setembro de 2012

Seraya Island ou Lovers Island?!

Localizada no mar das Flores, esta pequena ilha paradisíaca dista a cerca de uma hora de barco de Labuan Bajo.
Ao chegar confirmo tudo o que tinha lido e sem duvida que é um pequeno paraíso: praias de areia branca, água quente, bungalows virados para o mar e subindo um pouco a pequena colina onde estes se localizam, a vista é soberba sobre as restantes ilhas que circundam a Seraya Island. Tratando-se de uma ilha isolada, tudo aqui tem regras. So se tem agua fresca duas vezes por dia: das 6.00 as 7.00 da manha e das 18.00 as 20.00. Electricidade apenas das 18.00 as 22.30.
Seraya Island
Para mim o nome desta ilha deveria ser Lovers Island, pois é sem duvida o local ideal para "o amor e uma cabana".
Que romântico ver os casais a passear de mão dada à beira mar, fazerem snorckling ou a namorar no topo da colina aos últimos raios de sol do dia.
Felizmente para mim não fui sozinho e levei a minha menina: a câmara fotográfica!
Também tivemos os nossos momentos de romance, sobretudo ao nascer e por do sol, hora em que eu com muito amor e carinho premia de forma suave o seu botão de disparo.
E quando via os outros casais a passear de mão dada à beira mar não me fazia rogado e pegava na câmara fotográfica nao pela mao, mas pela correia e lá iamos os dois praia fora num momento muito nosso :-). 
Mesmo quando eu fazia snorckling, a minha menina ficava a ver-me da janela do bungalow.
                                                   Momento de intimidade com a minha menina :-)
Por falar em snorckling, as estrelas do mar são gigantes e bem rijas, ao contrário das que costumo encontrar em Portugal. Parecem saídas de uma das lojas Gato Preto para efeitos de decoração.
Estrelas do mar


Na última noite - estive duas na Seraya Island -, acordo por volta das 3 da manhã com um barulho estranho. Ainda meio a dormir não percebi o que me tinha feito acordar. Ao escutar com mais atenção percebi que era o casal francês do bungalow ao lado a testar a resistência das molas do colchão :-).
Não! Não fiz esse teste com a câmara fotográfica :-)))))))
Conhecer esta ilha foi sem duvida uma experiência interessante e ao fim de duas semanas de intensas viagens soube bem parar dois dias e descansar. Mas é hora de regressar a Labuan Bajo, de onde sigo viagem para a ilha de Lombok.

 Vista do restaurante
Hoje é tambem o meu ultimo dia na ilha das Flores e digo isto com uma tristeza imensa. A ilha é de uma beleza gritante, onde é possível encontrar vulcões, cascatas lindas, ilhas paradisíacas, fazer mergulho em locais únicos, visitar os famosos dragoes de Komodo mas são as pessoas o seu bem mais precioso. Nunca nas minhas outras viagens tinha falado tanto com as gentes locais como nesta pela Indonésia. Não deixa de ser interessante este sentimento, uma vez que durante toda a minha adolescência fui bombardeado com informações anti Indonésia devido a causa de Timor Leste. Uma coisa é o povo, outra é a politica e respectivos políticos.

P.S. - Já tenho um novo guia Lonely Planet, oferecido por duas amigas alemãs que voltaram a casa. Aceitam-se apostas sobre quantos dias vou levar até o perder :-)

NL

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Labuang Bajo - No coracao do Parque Nacional de Komodo

Depois de em Bajawa ter visitado as tradicionais vilas e de ter mergulhado num local onde 2 rios convergem: um de agua fria e outro de agua quente, estava na hora de deixar esta pitoresca vila e rumar a Labuang Bajo.

 Aspecto exterior do mini-bus

 Um passageiro muito especial

Foram necessarias 10 extenuantes horas para finalmente chegar a esta vila pescatoria a beira mar plantada e que fica localizada mesmo no coracao do Parque Natural de Komodo.
Esta viagem teve a particularidade de ter uns passageiros muito especiais: alguns galos e galinhas que passaram grande parte do tempo a caraquejar. Foi tambem durante este percurso que assisti as primeiras chuvas...a epoca das moncoes esta a chegar.
Labuang Bajo e um local muito aprazivel onde a simpatia das pessoas e contagiante, alias, esse aspecto tem sido das coisas mais marcantes desta viagem e atrevo-me a dizer que de todos os paises que ja visitei, creio que aqui na Indonesia, foi onde encontrei as pessoas mais simpaticas.

Por-do-sol em Labuang Bajo
Ao meu segundo dia na vila arrependi-me profundamente de nunca ter seguido os conselhos do meu amigo Joaquim e de nunca ter tirado o curso de mergulho. O Parque Nacional de Komodo nao e so conhecido pelos dragoes, mas sobretudo por ser um local de eleicao para mergulho.
Fiz uma passeio pelo Parque Nacional que incluia 2 sessoes de snorkeling. A primeira vez que entrei dentro de agua senti-me dentro de um aquario, as cores do coral e a diversidade marinha e qualquer coisa dificil de explicar. Havia peixes de todas as cores e mais algumas. Os que mais captaram a minha atencao eram uns pequenos peixes azuis...mas um azul fluorescente. Nem quero imaginar se tivesse mesmo feito mergulho...
O segundo mergulho tinha por objectivo ver Mantas. Poucos minutos apos entrar dentro de agua uma enorme manta passa mesmo por debaixo de mim...que sensacao. Os movimentos delas debaixo de agua fazem lembrar os passaros a voar. Tive imensa sorte, pois normalmente ao fazer snorkeling nao se conseguem ver mantas...mais alguns minutos e ao longe ainda avistei mais algumas, mas nada comparado com a sensacao da primeira que vi.

 Nascer-do-sol em Labuang Bajo

Apos regressar a vila era hora de ir jantar ao mercado nocturno. O peixe aqui, tal como em Portugal, e fresco e bom. Experimentei comer Barracuda! Delicioso e muito bem temperado! Parecia que estava a comer um bife de carne!
O jantar de ontem teve um aspecto muito curioso, pois ao falar com um dos locais ele diz-me que e Timorense. Passamos mais de uma hora a conversar sobre a situacao de Timor e a sua relacao com Portugal. Entre outras coisas, fiquei a saber que o clube dele e o Benfica! :-)

Hoje embarco para a ilha Seraya onde irei passar provavelmente uma ou duas noites, antes de embarcar para Lombok.

Regards from Labuang Bajo!


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

De Bali a Bajawa, passando por o tejadilho de um mini-bus

Depois de mais uma noite em que acordo as 4 da manha, preparo a mochila para voar para Ende, Flores. Como ainda e muito cedo, vou ate ao centro de Kuta para beber um cafe. Ao entrar num dos cafes sento-me calmamente a beber o cafe, quando reparo que o relogio da parede marca 10.30 da manha e nao 9.30 como o meu telemovel. Ja estava a estranhar tudo estar a correr tao bem...tinha voo marcado para as 12 horas e ainda tinha de comprar o voo e fazer check-out do hotel. Apos uma enorme correria e um terrivel stress consigo chegar a horas de comprar o bilhete e assim apanhar o voo.
A meio do voo fico a saber que nao e um voo directo mas que iria fazer escala numa outra ilha que nao percebi o nome. 
Ao aterrar, toda a gente sai do aviao e eu sou o ultimo a sair. Uma vez na rua, apercebo-me que e um aeroporto demasiado pequeno e que faco eu? Tiro a maquina fotografica e comeco a tirar fotos ao aviao e a pista...ate que ao fim de algum tempo um seguranca disse muito educadamente que nao podia estar no meio da pista a tirar fotos, mesmo assim ainda lhe pedi que me tirasse uma fotos! :-)

Chego finalmente a Ende, Flores - Indonesia!

Ao sair do aeroporto apanho uma moto taxi para a estacao de autocarros, uma vez que tnha menos de uma hora para o ultimo autocarro que me levaria ate Moni...indicacao do guia Lonely Planet.
Uma vez na estacao de comboio, nao via viva alma! Eu a espera de encontrar a azafama normal de uma estacao de autocarros, mas estava tudo demasiado sossegado...
Desperto a atencao de uns miudos que vem ter comigo e questiono um deles sobre o proximo autocarro para Moni ao qual prontamente me responde: Today no more bus to Moni!
Eu tinha lido no guia Lonely Plantet que o ultimo era as 16...espero, espero e as 16.20, percebo que efectivamente nao vai mesmo haver mais nenhum autocarro. Penso para comigo: Vou ter de passar a noite em Ende, vou ver no guia um hotel...por falar em guia...tinha ficado no aeroporto. Em pouco mais de 5 dias perco 2 guias Lonely Planet...ate eu fico surpreendido comigo mesmo, mas pela negativa.

Fico sem saber o que fazer quando de repente um mini-bus para a minha frente completamente cheio. O motorista pergunta se vou para Moni digo que sim e ele diz-me: up to the roof!
Fiquei incredulo sem saber o que fazer e ele insiste: to the roof!
Quando dei por mim estava no tejadilho do mini-bus com mais 5 miudos que passaram o tempo inteiro a cantar musicas locais. Durante este percurso de 2 horas fiquei deslumbrado com a beleza da ilha assim como tambem ganhei uma dor de costas terrivel...surreal. Chego ao centro de Moni cheio de turistas...e eu em cima do tejadilho do mini-bus, tipo filme...risada geral e toda a gente me ficou a conhecer :-)

 No tejadilho do mini-bus

Na manha seguinte acordei cedo e assisti ao nascer-do-sol no Kelimutu, um vulcao constituido por 3 crateras, cada uma com a sua cor. Os locais tambem acreditam que apos a morte as suas almas vao para cada uma das crateras, consoante a idade: criancas, adultos e idosos.


  Bilhete de acesso ao Kelimutu

 Amanhecer no Kelimutu

Em Moni as pessoas sao muito alegres e simpaticas e imensa gente tem o cabelo tipo 'rasta' e adoram musica! Pessoas super muito divertidas e no bar local ainda tive de ensinar uma musica portuguesa.
Outro aspecto interessante desta ilha e o facto de toda a gente ser catolica e haver igrejas por todo o lado, bem como nos hoteis facilmente encontramos a biblia.  O cristianismo foi trazido por nos portugueses...o dono do hotel onde fiquei alojado disse que em Moni falavam dele por apenas ir 2 vezes por ano a igreja...levamos mesmo tudo do cristianismo para as Flores :-).

Depois de Moni dirigi-me para Bajawa que tem uma vista soberba, onde um enorme vulcao e uma especie de sentinela da cidade. 

Amanhecer em Bajawa

Amanha dirigo-me para Labuan Bajo...finalmente praia!

Ate ja!





quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Os primeiros dias

Ola a todos.

Antes de contar alguns detalhes da viagem, quero agradecer a todos as mensagens que tenho recebido, obrigado!
Ao contrario do esperado o acesso a internet, assim como este teclado nao me permite escrever correctamente, e bastante complicado e so agora consegui finalmente ter acesso a um cyber cafe.
A viagem tem corrido muito bem e com algumas peripecias pelo caminho, a comecar por um turista chines que por lapso, no Dubai, levou a minha mochila com todo o meu equipamento fotografico. Se nao sabe brincar, nao brinque, mas a minha maquina?! :-). Prontamente pediu desculpa pelo sucedido.

Cheguei ao aeroporto do Dubai por volta das 4.30 da manha. Com tanta gente em movimento de um lado para o outro e com todas as lojas abertas, por momentos pensei que estava a passear no Colombo ao fim-de-semana.  
Ja na segunda parte da viagem, a caminho de Kuala Lumpur, e com o cansaco a comecar a aparecer dirigo-me a hospedeira de bordo a pedir um simples e saboroso orange juice. De inicio nao percebi o ar de espanto dela a olhar para mim...eu a pensar, o meu ingles e assim tao mau que nem ela o entende?!
Apos alguma insitencia percebi que lhe tinha pedido um...iron juice! No comments! :-)
Em Kuala Lumpur volto a sentir a Asia.Como tantas outras cidades do sudoeste asiatico, Kuala Lumpur tambem nao dorme e tem actividade as 24 horas do dia.
Apos descansar hora de voltar ao aeroporto e apanhar o aviao para Surabaya, ilha de Java, Indonesia. Nesta curta viagem de duas horas, assisto a um lindissimo nascer do sol que me deixou bastante animado!

Apos mais de 20 horas de voos, finalmente a aventura comeca! 
Uma vez na Indonesia, ja tinha antecipadamente preparado os primeiros dias de viagem, ainda que nao tivesse nada reservado. Apanho o mini-bus para o centro da cidade e uma vez na estacao central de camionetas, apanho o autocarro para Probolinggo. Uma viagem de 4 horas, passadas todas elas a dormir e nao fosse o motorista a acordar-me, nao sei muito bem onde teria ido parar :-).
Trato do hotel para duas noites e de visitar o Mount Bromo e o surreal Kawah Ijen.

Visitar este locais a horas fotografaveis, implicou em 2 dias consecutivos acordar as 3 da manha, sim porque aqui o nascer do sol esta por volta das 5 da manha, mas acreditem vale a pena todo o esforco, o que nao valeu a pena foi os 30 e tal euros gastos no guia Lonely Planet para o deixar no hotel e ficando assim sem qualquer tipo de referencia para os dias seguintes.
Enquanto o jet lag continua a tomar conta de mim e sem o guia, saio da regiao do vulcao Kawah Ijen e uma viagem ate Bali que deveria acabar as 4 da tarde, acabou as 10 da noite. 
Nestas 10 horas de viagem, ainda tive tempo para um episodio caricato: num dos transfers efectuados - e foram 3 -, colocaram 16 mochileiros, eu incluido, numa especie de triciclo que em condicoes normais levaria no maximo 6 pessoas. Momento de grande animacao entre todos os presentes com imensas piadas e fotografias a mistura.
Chego a Bali sem hotel reservado e sem qualquer posto de turismo aberto. Apos cerca de meia hora a regatear com um dos muitos taxistas que se encontrava na estacao de camionetas, finalmente consigo um transfer para Kuta, Bali e o hotel por um bom preco. 
Hoje de manha ao acordar tinha duas preocupacoes: comprar um voo para a ilha das Flores, nao a ilha das Flores dos Acores mas a da Indonesia, descoberta por nos portugueses e comprar um guia Lonely Planet. Enquanto deambulava pelas ruas de Bali a ouvir Moonspell, resolvo as duas questoes pendentes que atras vos indiquei.

Amanha embarco para a ilha das Flores e veremos quando poderei voltar a escrever um novo post.

Ate ja! 

P.S. - Tinha algumas fotografias para ilustrar este post, mas infelizmente o computador nao reconhece o leitor de cartoes.